Gerson de Melo Machado, de 19 anos, teve uma vida difícil que culminou tragicamente quando ele entrou na jaula de uma leoa no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, em João Pessoa, resultando em sua morte. A conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhava Gerson há oito anos, compartilhou como o abandono, os transtornos mentais e a falta de apoio familiar marcaram profundamente sua trajetória.
Desde criança, Gerson vivia com a mãe esquizofrênica e seus irmãos em condições precárias, tendo sido o único a não ser adotado devido aos seus transtornos mentais evidentes desde muito cedo. Ele nutria o sonho de domar leões na África, um desejo que discutia frequentemente e que o levou a situações perigosas, como tentar entrar clandestinamente no trem de pouso de um avião. A conselheira relata que no dia do incidente fatal, Gerson parecia estar tentando realizar esse sonho antigo, subestimando os riscos envolvidos.
'Percebeu tarde demais que a leoa não era uma gata e que não se doma um animal selvagem sem conhecimento',
lamentou Verônica.
Consequências de uma tragédia
Após o incidente, o zoológico foi fechado e as visitas interrompidas. Verônica aponta que a morte de Gerson é o resultado trágico de uma falta persistente de cuidados e proteção adequados ao longo de sua vida. Mesmo com a intervenção do Conselho Tutelar, os problemas de Gerson só foram oficialmente reconhecidos tarde demais para salvar sua vida ou prevenir a tragédia, concluiu a conselheira.