No vídeo a seguir, veremos que a Polícia Militar de São Paulo prendeu Adalberto de Oliveira Alves Júnior, conhecido como Pierre, de 32 anos, apontado como um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A captura ocorreu na terça-feira,, no bairro Cidade Dutra, na zona sul de São Paulo.
Pierre é um dos principais suspeitos no caso do assassinato de Pedro Rodrigues Filho, o "Pedrinho Matador", ocorrido em março de 2023, em Mogi das Cruzes. A polícia investiga se o crime foi encomendado pela facção criminosa.
Ele estava foragido da Justiça há quatro anos e era procurado por vários crimes, incluindo furto, roubo e receptação qualificada. A prisão foi realizada por uma equipe da Ronda Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam) durante patrulhamento na Avenida Senador Teotônio Vilela.
O criminoso, que estava dirigindo um Jeep Renegade, tentou enganar a polícia apresentando uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsa ao ser abordado, o que levantou suspeitas entre os policiais. Apesar de não encontrarem objetos ilícitos no veículo, a consulta aos sistemas de segurança confirmou sua verdadeira identidade e revelou os mandados de prisão em aberto contra ele.
De acordo com as forças de segurança, Pierre possui um papel significativo dentro da facção criminosa. Após a prisão de um outro integrante em junho, ele assumiu a função de “gerente” da organização, ampliando suas responsabilidades e influência na hierarquia do grupo.
Pedrinho matador
O serial killer Pedro Rodrigues Filho, conhecido como "Pedrinho Matador," foi assassinado em março de 2023, no bairro Ponte Grande, em Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo. Pedrinho estava em frente à sua residência quando foi surpreendido por homens encapuzados que desceram de um carro e o alvejaram com pelo menos seis tiros.
Conhecido por declarar que tirou a vida de mais de 100 pessoas, Pedrinho Matador estava em liberdade e havia mudado de vida, participando de palestras em igrejas evangélicas. Em uma entrevista concedida ao podcast Flow-Verso, em 2022, ele compartilhou um episódio chocante de sua vida: revelou que cortou e mastigou o coração do próprio pai em um ato de vingança após seu pai matar sua mãe.
Pedro Rodrigues Filho, conhecido como Pedrinho Matador, nasceu em Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas Gerais, em uma família marcada pela violência. Logo ao nascer, sofreu uma lesão no crânio, resultado de agressões de seu pai, que chutou a barriga de sua mãe durante uma briga. Esse episódio inicial parece ter sido o prelúdio para a vida violenta que Pedrinho levaria.
Ainda jovem, Pedrinho fugiu de casa várias vezes. Aos nove anos, começou a viver com seus padrinhos em Santa Rita do Sapucaí, mas logo escapou para São Paulo, onde passou a cometer crimes, incluindo roubos nas áreas centrais e periféricas da cidade. Com apenas 11 anos, cometeu seu primeiro assassinato, matando Jorge Galvão, um traficante em Itaquera, junto com o irmão e o cunhado da vítima.
Ao longo da adolescência, Pedrinho continuou acumulando mortes. Aos 13 anos, em um suposto incidente com um primo, teria empurrado o parente em uma prensa de moer cana e depois o atacado com um facão. No entanto, não há registros oficiais que comprovem esse relato.
Em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, Pedrinho intensificou sua vida no crime, envolvendo-se no tráfico de drogas e matando traficantes rivais. Ele também iniciou um relacionamento com Botinha, a viúva de um traficante, assumindo as atividades ilícitas do ex-marido dela. Esse relacionamento terminou tragicamente quando Botinha foi morta pela polícia. Pedrinho, no entanto, continuou no tráfico, expandindo sua própria operação.
Ele também se envolveu com Maria Aparecida Olímpia, com quem manteve um relacionamento sério, e ela chegou a engravidar, mas perdeu o bebê. Após a morte de Maria, assassinada a tiros, Pedrinho torturou e matou várias pessoas até identificar o responsável, um traficante rival. Para se vingar, ele invadiu uma festa de casamento e matou o assassino de Maria, além de outras seis pessoas, deixando 16 feridos.
Pedrinho foi preso em 1973, aos 18 anos, condenado a 128 anos de prisão. Durante seu tempo na prisão, ele continuou matando, especialmente outros detentos que ele considerava "pessoas que não prestavam", como estupradores e traidores. Em Araraquara, ele chegou a matar um homem acusado de assassinar sua irmã.
Um dos episódios mais conhecidos, embora controverso, é o suposto assassinato de seu próprio pai. Segundo Pedrinho, ele matou o pai dentro da cadeia em vingança pela morte de sua mãe, que havia sido assassinada pelo pai com 21 golpes de facão. Pedrinho alegou ter esfaqueado o pai 22 vezes, retirado um pedaço do coração dele, mastigado e jogado fora como uma forma de cumprir sua promessa de vingança. Porém, o pesquisador Ulisses Campbel questiona essa versão, afirmando que o pai de Pedrinho morreu anos depois, de causas naturais, dentro do sistema prisional.
Ao longo de sua vida, Pedrinho Matador afirmou ter cometido mais de 100 assassinatos, ganhando notoriedade como um dos serial killers mais violentos do Brasil. Em liberdade nos últimos anos, ele surpreendeu ao aparecer em palestras em igrejas evangélicas, aparentemente buscando um novo caminho antes de sua morte em 2023.
