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Lúpus Eritematoso: Médico explica impacto da doença que tirou a vida da bailarina de Claudia Leitte aos 21 anos.

  • Isabella Oliveira, de 21 anos, faleceu no último sábado, dia 2, após sofrer uma parada cardíaca durante um ensaio. A jovem, que era bailarina da cantora Claudia Leitte, enfrentava o lúpus, uma doença autoimune. Em entrevista à CARAS Brasil, o reumatologista Fabio Jennings explicou como o lúpus pode impactar na saúde e contribuir para mortes precoces como a de Isabella.

    Segundo o especialista, o Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença autoimune sistêmica que pode afetar múltiplos órgãos, incluindo pele, articulações, coração, rins e sistema nervoso. “É uma doença cuja causa não é completamente compreendida, mas diversos fatores predisponentes, como sexo, genética, raça e infecções, estão associados. É mais comum em mulheres em idade reprodutiva”, explicou.

    “Geralmente, o lúpus cursa com doenças associadas como hipertensão arterial, insuficiência renal e cardíaca e acidentes vasculares cerebrais. Então, a própria doença já aumenta bastante o risco de mortalidade em mulheres jovens. No caso da jovem, provavelmente as consequências da doença lúpus levaram ao evento grave e fatal”, continua.

    Segundo Jennings , o tratamento depende de um diagnóstico precoce e identificação dos órgãos afetados. “Se faz, primordialmente, com medicamentos imunossupressores como os corticosteroides, metotrexate, ciclofosfamida e micofenolato de mofetila; e mais atualmente, com medicamentos biológicos (anticorpos monoclonais) como o Belimumabe. É importante ainda medidas não medicamentosas como dieta saudável, exercícios físicos e prevenção do tabagismo”, diz.

    “Quando o lúpus acomete órgãos vitais como rins, coração, pulmões e sistema nervoso, pode ser fatal. Consequências graves da doença podem ser: insuficiência e até falência renal, insuficiência cardíaca, derrame pleural ou hemorragia pulmonar com insuficiência respiratória, acidentes vasculares cerebrais com sequelas ou ate fatais, inflamações musculares graves, artrites incapacitantes”, continua o reumatologista.

    O lúpus - diagnosticado na dançarina - é uma doença que pode gerar preconceito e estigma na sociedade. Fabio Jennings  aponta: “O preconceito é gerado pela falta de informação sobre a doença, que não é contagiosa ou transmissível e que necessita de suporte médico, social e da família. Atualmente, a reumatologia dispõem de critérios e exames diagnósticos mais avançados e precisos, além de tratamentos eficazes e seguros, por isso o diagnóstico mais precoce com especialistas é fundamental”.

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